Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sobre Lourenço, o "office-velho"

Ilustre cidadão, bem-intencionado, enviou e-mail por ocasião da coluna “Lourenço, o “office-velho”. O leitor, que pede anonimato, entendeu que não é certo o aposentado fazer uso de sua condição especial para oferecer prestação de serviço junto aos bancos. Seus argumentos merecem reflexão. Nosso quintal, todos sabem, é espaço democrático de debate e ideias. Portanto, na íntegra, segue o texto recebido.

“Bom dia Sr. Josiel.

Não sou leitor assíduo do Aqui e hoje, pelo que me lembro, foi a primeira vez que li a sua coluna. Desculpe a franqueza, mas a minha intenção não é depreciar o vosso trabalho, muito pelo contrário, apenas ressaltar que nos últimos tempos tenho utilizado muito pouco a informação através da mídia impressa. Contudo, ao ler o título da sua coluna fiquei deveras interessado, visto que o tema é muito importante, contemporâneo, e penso que seria de bom proveito algumas considerações sobre a matéria.

Concordo em parte com sua opinião. É um absurdo o que os bancos fazem com os seus usuários, principalmente os que não são clientes ‘especiais’. Penso que deveriam ser tomadas algumas medidas no sentido de obrigar essas instituições financeiras a aumentar o número de funcionários que atuam no atendimento. Porém, entendo que o ‘Lourenço’ está no seu direito apenas quando usa da sua prerrogativa de ‘prioridade’ para atendimento dos seus próprios interesses ou de seus familiares. No momento em que o mesmo utiliza a sua condição especial a fim de angariar clientes, sendo este o principal atributo da sua propaganda, ele comete abuso do seu direito e obtém uma vantagem indevida para si e seus clientes.

Porém, a consequência que considero de maior gravidade com o surgimento dessa nova classe de trabalhadores é que eles acabam retirando, de muitos jovens a oportunidade do primeiro emprego. Os motivos são os mesmos utilizados pelos bancos, o lucro, pois é bem mais lucrativo você contar com os serviços de um ‘office-velho’ do que contratar um jovem, pois nesse caso, além de arcar com os encargos trabalhistas, terá que esperar por muito mais tempo pelo retorno do funcionário, visto que o mesmo terá que entrar na fila como os usuários comuns.

O trágico disso tudo é que, alguns desses jovens, no desespero pela falta de oportunidades, entram para o caminho do crime, sendo que as suas vítimas preferidas são, em sua maioria, os idosos aposentados.

Peço a gentileza de me manter no anonimato, assim como foi feito com o Amigo ‘Lourenço’.

Um grande abraço!”

Bandeira Dois - Josiel Botelho - 24/2/10

Um comentário:

Lígia Clarine disse...

Não concordo que o Office-velho, tire o lugar do office boy. As coisas coexistem, e não necessariamente um retira o lugar do outro. Acho que Seu Lourenço mandou bem, quem tem que reclamar que reclame com o banco, já é lei, que não podemos esperar mais de não sei quantos minutos na fila, acho que podemos reclamar todos no procon, lá inclusive, não tem fila. O banco sim, deve se responsabilizar, e têm condições de nos atender da melhor maneira possível. Sugiro, além de poltronas para todos, revistas, música ambiente cafezinho, biscoito e água. E claro agilidade para atendimento.