Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

domingo, 30 de setembro de 2012

O ator invisível - Bastidores 2

12 horas - parte 2



Chega ao fim mais uma oficina "O ator invisível - o método da verdade construída". Foram 12 horas de intensivo, com teatro físico, técnicas de biomecânica, jogos de cena, psicodrama e câmera. Meu muito obrigado aos companheiros de imersão, agentes de trama e alinhamento, Amina, Brenda, André, Gê, Mil, Teresa, Débora, Adriana, Efigênia, Enderson, Lucas, Cibele, Karine, Ana, Babita e Ellen. Novembro tem mais.










Casa do Ator - Studio de Treinamento e Arte
www.casadoator.blogspot.com

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um dia a gente cresce


Meus amigos mais otimimistas dizem que nem todo mundo cresce. Os mais pessimistas são enfáticos: “O povo tá andando é para trás, Josiel”. Desculpe-me, Sueli, Osmar, Manolo, Gustavo e Betina. Mas prefiro acreditar que todo sujeito de mínima saúde mental é capaz de crescer. Os desvios são fases. Por que não? Tempos bem particulares: para alguns, longos, quase intermináveis, é verdade; para outros, são curtos, apenas pelas lições da vida. O comportamento no trânsito é uma triste amostra do assunto em pauta. Sou motorista há mais de 20 anos. Gosto de dirigir. Sempre gostei. Já cruzei estradas de norte a sul e rodei as principais capitais do Brasil. Isso, para dizer que já vi de tudo no volante.

Diariamente, testemunho atitudes inacreditáveis em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Na série que mais me impressiona está a moçada irresponsável, que enche a cara nas lojas de conveniência dos postos de gasolina da cidade e depois vai para o volante. Tem um ponto, então, nas Seis Pistas, atrás do BH Shopping que é caso de polícia. Há no lugar, além das bombas de combustíveis, um bar, uma farmácia e uma locadora de filmes. Os playboys usam e abusam da bebida e depois ainda vão emendar a madrugada. Já presenciei episódios que dariam um livro. Também ouvi de amigos histórias absurdas passadas na região, famosa pelas baladas e pelos “pegas” de automóveis nos anos 1980.

Há pouco tempo, perto dali, na MG-30, uma família em carro pequeno se desfez ao chocar-se de frente com um sujeito bêbado, “chutado”, numa cabine dupla. Teve também, há cerca de três anos, um outro motorista alcoolizado, na contra mão da Raja Gabaglia, numa madrugada, que tirou a vida de um pai de família que seguia para o trabalho. Todos soltos, livres para voltar a matar. Esses dois casos, de desfechos trágicos, ganharam destaque na mídia, assim como o recente desastre na BR-356, na entrada para o Bairro Belvedere, quando um jovem perdeu a vida e causou comoção na cidade. As histórias se repetem nas barbas do poder público e pouco, muito pouco, é feito para combater a falta de juízo na direção.

Fora as tragédias, temos os casos diários, que não vão para o noticiário. Casos e mais casos de abusos de velocidade, de desrespeito às leis e à vida, que assombram o cidadão de bem. Qualquer sujeito de juízo, em sã consciência, sabe que precisa tratar a direção com a mais absoluta responsabilidade. Conheço um moço, filho de passageiro das antigas, que é desse time que não amadurece. Já tem quase 30 anos e vive às custas dos pais, com carrão potente e cheio de amigos que gostam muito de beber em postos de gasolina. Outro dia, num posto da Savassi, de esquina, tive a infelicidade de vê-lo beber e assumir a direção. Com ele, um rapaz e três moças em minissaias e garrafas nas mãos. Ele entrou no carro lotado e avançou o sinal, rompendo o cruzamento com Avenida Getúlio Vargas. Seguiu em alta velocidade a Rua Rio Grande do Norte, sentido Avenida Nossa senhora do Carmo.

Aquilo me chateou. Sei bem da luta do pai, empresário, homem sério, de responsabilidades, que faz uso de táxi quando toma uma taça de vinho com a mulher. Era madrugada. Fui para casa e fiquei com o assunto na cabeça. Mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro, pelo bem ou pelo mal, esse moleque vai crescer. Melhor que seja assim.

Bandeira dois - Josiel Botelho


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O voo de Dadá Butantã



Quando Dadá Butantã meteu o pé na bunda do marido para ficar com o melhor amigo do sujeito, foi um acontecimento. A família Butantã ficou bastante dividida. A mãe empinou o nariz em sorriso de canto de boca: “Coragem! Coragem!” Já o pai, desapontadíssimo, suspirava doído: “Vergonha. Vergonha!”. Longe do casão da Zona Sul, o moço magrela, traído, sofria horrores, arrasado pela sinceridade da mulher.

Dadá Butantã era mesmo do quadril virado: era dada, dadíssima! “Essa daí não senta no colo de estátua porque pedra não faz movimento”, diziam em boca miúda os funcionários da família endinheirada. Em cinco anos, só no prédio onde dava expediente, a moçoila fez fila: Gravata, Boto, Beiçola, Pico, Badu, Augusto, Kim, Noca, Jorjão, Vandinho, Olho de Vidro, Tripé e Neneu – sem falar dos que ela não soube o nome. Dada era… como se diz... isso: chuchu na cerca.

Depois que tatuou as costas, então… Foi um arraso! Dadá amanheceu um dia decidida: chegou no Munrá, tatuador e biscateiro, e sussurrou: “Manda ver, bebê… põe asinhas nas costas da Butantã! Vai! Quero dar movimento aí atrás…entende? Movimento”. Obra de artista. Munrá fez duas asas na traíra que ela ficou que nem peixe-voador: soltinha, soltinha. Tatuada, ficou mais difícil para o marido segurar a “tchutchuca”.

Mas com o Dudu, amigo de infância do companheiro, foi diferente. O DJ arrebatou Dadá de tal maneira que ela jurou exclusividade: “Só sua! Daqui pra frente, meu amor, nem com meu marido!”. E assim o fez. Trancou as pernas e despachou o corno: “Acabou! Amo outro. De hoje em diante, preste atenção, sou só do Dudu! Ouviu bem? Do Dudu!”. O marido teve vontade de morrer. “Desgraça! Desgraça pelada!”.

Depois da separação, Dadá tornou-se mulher de bem. Arrependida pela tatuagem, escondeu as asas e nunca mais ficou de costas. Nem para o Dudu. “De frente. Só de frente!”, sussurrava. Os gêmeos, filhos com o Dudu, ainda não tinham completado três anos, quando ela recebeu telefonema:

– Dadá Butantã?
– É ela…
– Seu marido vai fugir com outra. Fui!

E assim foi: Dudu, enfeitiçado por loura de olhão azul, nunca mais voltou. Sem malas, fugiu para a Austrália com capoeirista assanhada, 20 anos mais moça que a mulher. Dadá, trinta e cinco quilos mais gorda, voltou para o casão dos Butantã. Dizem que tá na pista... outra vez com as asinhas de fora.

Vida Bandida - Jefferson da Fonseca Coutinho

domingo, 23 de setembro de 2012

O ator invisível. Bastidores!

Informações: www.casadoator.blogspot.com

Sábado de câmera e ação

O terceiro sábado de "O ator invisível", o método da verdade construída, foi de treinamento, suor e ação dramática. Sob a câmera e a sensibilidade do ator e diretor de cinema Bruno Peixoto – fundador do Gorila Branco (www.gorilabranco.com) –, ex-aluno, amigo e parceiro, o grupo trouxe à cena recortes da realidade. Em breve, o resultado das duas oficinas de setembro vai ser publicado em Casa do Ator (www.casadoator.blogspot.com). Abaixo, pequena mostra da manhã de imersão.





























quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Meu Brasil Brasileiro

Cenas de bastidores e do espetáculo "Meu Brasil Brasileiro", atração na abertura da IV Bienal Brasileira de Design, no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Entre os presentes, autoridades, educadores e artistas de Minas Gerais. A montagem, com direção geral de Daniel Kostás e direção artística e coreografias de Cristina Helena Rios de Faria, reuniu a Orquestra de Câmara e a Companhia de Dança do Sesiminas. Da ficha técnica de luxo, destacam-se ainda Marco Antônio Maia Drumond (regência), Fabíola Protzner (solista convidada), Pedro Pederneiras (luz), Gabrielle Moreira (cenários), Hermínio de Almeida (adaptação e arranjos da trilha sonora), Ana Cândida e Thiara Araújo (figurinos). A direção executiva ficou por conta de Ana Luiza Amaral, Cristina Nunes, Lakshmi Resende e Simone Porto. Dílson Mayron foi braço forte de  Kostás no comando geral.












No site do Governo de Minas, mais informações sobre a IV Bienal Brasileira de Design, que vai até 31 de outubro, com eventos culturais, mostras, seminários e debates:
http://minasdesign.mg.gov.br/noticias/2-bienal-2012/256-da-mao-a-maquina-e-a-principal-mostra-da-iv-bienal-brasileira-de-design-2012.html