Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Trem sugere união

A opinião de todos merece espaço. Abaixo, o que pensa Lívia Galdêncio:

Bom dia!

Meu nome é Lívia Gaudêncio e sou da companhia O Trem.

Não sei se você, assim como eu, anda recebendo vários emails decorrentes de uma entrevista publicada no Estado de Minas.

Pra quem está por fora do assunto, envio abaixo a entrevista e a primeira réplica a ela.

Acho importante os artistas discutirem sobre políticas públicas através de espaços virtuais, principalmente porque nas reuniões presenciais há falta de córum para tal.

Mas acho infantil a rivalidade que se torna e a generalização dos fatos.

Eu conheço diferentes pessoas no mercado artístico e acho que existem artistas com diferentes posturas, independente de qual “rótulo” lhe foi dado.

A questão principal pra mim é: como levar arte ao maior número de público possível.

Acho triste ver alguns grupos se acomodarem com o dinheiro recebido através de lei de incentivo. Um exemplo claro disto foi o dia em que marquei uma entrevista com um autor e ator de certa peça (contemplada pelo prêmio Myriam Muniz), e esta pessoa não apareceu e nem deu satisfação. Após ligar novamente e insistir no convite para divulgar seu espetáculo no espaço que tenho na rádio CDL, o ator confirmou presença e novamente não compareceu e não deu satisfação (mostrando também uma falta de gentileza e desrespeito com o trabalho do outro).

Comprei ingresso e fui ver a tal peça. Havia umas 30 pessoas das quais a grande maioria assistiam de cortesia.

Então eu me pergunto: se estas pessoas não precisam divulgar seu trabalho e não precisam do público, elas cumprem temporada apenas por que lhes é exigido em edital?

Por que entrar numa campanha de popularização se quer um público elitizado?

Também não me sinto no direito de cobrar nada de ninguém.

Cada um escolhe a sua estratégia profissional e financeira.

Não critico quem faz arte por dinheiro porque cada um sabe de suas necessidades.

Não critico quem ensaia anos antes de expor seu trabalho porque acredito no poder da arte para o crescimento do artista.

Teatro charada, teatro cabeça, teatro comercial ou qualquer outro nome que queiram dar, todos tem sua função e seu público.

Também acho que quem fica ultrapassado é máquina. O ser humano sempre tem o direito de pensar como quer, sem ser julgado pelo outro, a partir do momento em que não prejudica ninguém.

Eu critico, sim, pessoas que criticam pessoas a fim de serem notadas.

Quem consegue um patrocínio ou uma aprovação na lei de incentivo, não está tirando isso de outro artista. Sempre haverá oportunidade e espaço pra todo mundo que trabalha duro e corre atrás.

Respondendo a uma das perguntas feitas por Ailton Magioli: “Do que o teatro precisa neste momento?” Eu respondo: UNIÃO.

Seja através do teatro de grupo, através de sindicados, mas principalmente da união da classe belorizontina.

E cada um vista a carapuça que quiser.



Lívia Gaudêncio.
liviagrs@hotmail.com

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