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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sobre os novos rumos do FIT

Noticiado pela PBH:

Fundação Municipal de Cultura anuncia novo modelo de gestão do FIT

Na manhã de segunda-feira, dia 12, a presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Profª Thaïs Velloso Cougo Pimentel, recebeu, na sede da FMC, representantes do legislativo municipal e do setor das artes cênicas para apresentar o novo modelo de gestão da 10ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco & Rua (FIT).

No encontro estiveram presentes o vereador Arnaldo Godoy, Rômulo Duque (SINPARC), Madalena Rodrigues e Geraldo Octariano (SATED), Leonardo Lessa (Teatro Invertido), Carlut Ferreira, Wesley Nascimento Simões e Carloman Bonfim (Movimento Teatro de Grupo) e Maria Mourão (Quatro Los Cinco).

A presidente da FMC anunciou que a coordenação do FIT será assumida pelo corpo de diretores da FMC e disse ainda que a programação da 10ª Edição do FIT será baseada no trabalho de curadoria realizado pela FMC durante o ano passado e que serão dedicados todos os esforços para a realização de um Festival à altura da expectativa da cidade. Thaïs confirmou a realização do Seminário do FIT que acontecerá no segundo semestre de 2010, após a 10ª edição do Festival, com o objetivo de discutir com o segmento cultural e das artes cênicas as diretrizes de gestão do FIT para suas futuras edições.

Também participaram da reunião o Diretor Especial de Equipamentos Culturais, Rodrigo Barroso Fernandes, que assume interinamente a Diretoria de Teatros da FMC, a Diretora de Ação Cultural, Solanda Steckelberg e a Diretora do Centro de Referência em Audiovisual (CRAV), Lúcia Camargo, que assumem a coordenação geral do Festival. “A decisão sinaliza uma mudança histórica no modelo de gestão do FIT, alinhando sua coordenação às diretrizes institucionais da Fundação Municipal de Cultura”, afirmou a presidente da FMC.

Segundo a diretora de Ação Cultural, Solanda Steckelberg, a equipe da FMC já está trabalhando na produção do Festival junto à Associação Pró-Cultura Palácio das Artes (APPA), instituição parceira da FMC para a realização do Festival. De acordo com Solanda, o modelo de coordenação do FIT a partir de uma gestão compartilhada é extremamente positivo para consolidar o caráter público do Festival. O grupo de diretores envolvidos com a produção do FIT conta ainda com a experiência da Diretora do CRAV, Lúcia Camargo, que teve passagens pela diretoria artística do Teatro Municipal de São Paulo e pela curadoria do Festival de Teatro de Curitiba.


Gestão Compartilhada

A presidente informou que o novo modelo de gestão do FIT também buscará constituir a articulação com outras instituições culturais de Belo Horizonte, como a Fundação Clóvis Salgado e seu Centro Técnico de Produção (CTP), além de outros espaços, associações e grupos culturais da cidade. Thaïs chamou a atenção para a parceria com o Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (SINPARC), que prepara uma pesquisa sobre o consumo das artes cênicas em Belo Horizonte.

Segundo a presidente, a FMC não tem medido esforços para que a coordenação da 10ª edição do FIT garanta não só a realização do Festival, mas uma experiência para inovar em seu modelo de gestão em um contexto em que todos os festivais no Brasil estão passando por uma revisão de modelos. “Estamos construindo novas estratégias de gestão e incorporando novos conhecimentos e tecnologias de produção para o FIT”, informou.

“Estamos avaliando atividades que promovam as relações culturais, pesquisas e estudos comparativos, além da produção de conteúdos. Estamos em constante diálogo com realizadores de outros festivais internacionais para identificar experiências e estabelecer interlocução com parceiros diversificados. A ideia é construir um quadro de referência para as próximas edições do FIT, a partir da avaliação dessa metodologia e do seminário, que terá a participação de nomes importantes das artes cênicas de Belo Horizonte e do Brasil para debater os desafios e as melhores estratégias de realização do Festival. O nosso grande desafio não é só realizar a 10ª edição do FIT, mas aproveitar e avaliar todo esse processo de transição de gestão do Festival”, disse a presidente.


Prêmio para monografias sobre o FIT

De acordo com a presidente da FMC, uma das novidades da próxima edição do FIT é a criação de um prêmio para monografias com o tema da história do FIT a partir de parcerias com universidades e cursos de teatro e artes cênicas em Belo Horizonte. “Nosso objetivo é entender a memória do FIT e estimular a reflexão sobre a presença do Festival no cenário cultural da cidade”, anunciou Thaïs.

A presidente da FMC informou que a coordenação do FIT será formada por um Núcleo de Produção e um Núcleo de Gestão. Além da programação, o Núcleo de Produção será responsável pela coordenação das atividades do Ponto de Encontro e de gastronomia, além das ações de formação e exposições. O Núcleo de Gestão, segundo a presidente, ficará responsável pela coordenação administrativa, financeira, captação de recursos, avaliação e comunicação do Festival, além da articulação com o segmento turístico de Belo Horizonte. “Contamos com o compromisso da Prefeitura de Belo Horizonte e parcerias importantes do Ministério da Cultura e Funarte, além da sinalização de patrocínios da Petrobras e da Oi”, garantiu Thaïs.

“Reafirmamos a decisão de realizar o FIT no mês de agosto de uma maneira responsável, com seriedade e ética por parte da diretoria da FMC. Sabemos que a decisão de realizar o FIT exigirá muito empenho e dedicação por parte de toda a equipe da Fundação. O processo de transição levou em conta o clamor do segmento das artes cênicas e de toda cidade pela realização do Festival, além da superação das questões e desafios apresentados no momento de avaliação sobre o adiamento do Festival, já que aqueles argumentos continuam na nossa pauta. A proposição de um modelo de gestão diferente aponta para o novo, mas resgata a análise da experiência da produção de nove edições do FIT pela Fundação”, disse a presidente.


Representantes

O retorno dos representantes das artes cênicas presentes à reunião na FMC foi muito positivo. A presidente do SATED, Madalena Rodrigues, manifestou sua apreciação da decisão e destacou a positividade da gestão compartilhada do FIT. “Sempre tivemos interesse em dialogar”, disse. Leonardo Lessa, do Teatro Invertido, destacou a importância da interlocução. “É fundamental que se mantenha esse canal democrático de diálogo. Essa comissão aqui presente tem a legitimidade quantitativa e qualitativa de um movimento que realizou cinco reuniões durante as últimas três semanas para discutir a política pública de teatro em BH”, disse.

Rômulo Duque, presidente do SINPARC, destacou que o momento é muito interessante para atender a demanda do segmento das artes cênicas e sugeriu que a comissão de representantes assuma responsabilidades junto ao novo modelo de gestão do FIT. O vereador Arnaldo Godoy salientou o clima positivo do encontro e afirmou sua confiança para a realização da edição 2010 do FIT e para as próximas edições.


Conselho Municipal de Cultura e Semana de Belo Horizonte na Casa de Minas

A presidente da FMC destacou que a reflexão sobre o FIT e seu modelo de gestão, comunicada na reunião desta segunda-feira para representantes das artes cênicas, confirma a intenção da FMC de garantir o diálogo permanente não só com este setor, mas todos os demais segmentos culturais e artísticos de Belo Horizonte. Nesse sentido, Thaïs anunciou que em breve será realizada a eleição do Conselho Municipal de Cultura e que está sendo avaliada a possibilidade de instituição de uma Câmara Setorial na Fundação Municipal de Cultura.

Thaïs anunciou também que a FMC conta com a participação do segmento das artes cênicas no evento “Semana de Belo Horizonte”, coordenado pela Belotur, durante os dias 10 e 31 de maio, na Casa de Minas em São Paulo. “É mais uma forma de articulação do segmento das artes cênicas de Belo Horizonte com o setor nacional, além de gerar projeção, visibilidade e intercâmbio para o que fazemos aqui”, concluiu.

(Recorte do site da PBH)

Um comentário:

Walmir disse...

Mano blogueiro,
pois parece que leram o que escrevi como comentário e que você publicou no blog, hein? Tomara que os representantes da categoria tenham voz e voto na elaboração e implementação desse FIT e dos vindouros.
E que o Conselho de Cultura surja com vigor e não como decoração. Um conselho deve ter cadeiras a serem ocupadas por representantes das diversas categorias. "Eleição" do Conselho como diz a presidente é caminho certo para um conselho decorativo. Um Conselho de Cultura deve ter mebros indicados pelas categorias e membros indicados pelo governo municipal.
Categorias: Artes cênicas, música, artes plásticas, Cinema e TV, Literatura, Jornalismo.
Cada categoria indica o seu representante através do sindicato de classe para um madato de 2 anos sem direito a recondução.
Governo: Áreas de Patrimônio Histórico, Arquitetura e Urbanismo, Adm. Teatros, Educação, FMC, Gabinete do Prefeito.
Os representantes são indicados para mandato que coincida com o mantado do prefeito. O prefeito saindo, o novo prefeito indicará seus representantes.
Por último: O Conselho deve ter caráter deliberativo, o que implica poder de veto.
Isto é político.
Resta saber se dentro de parâmetros deliberativos ele será implementado.
Há um caminho sendo esboçado.
Um bom caminho.
Vamos ver como ele será pavimentado.
Abraço