Dizem que as obras em casa – mesmo as menores – costumam
escangalhar a vida de qualquer casal. Há até quem se separe por causa
dos conflitos no período da reforma. E são muitos os dissabores:
pedreiros enrolados, incompetentes; problemas com material de
construção; os custos de última hora; as desculpas mentirosas dos
tratantes; remendos etc… Quem já passou pelo caos que envolve o assunto
sabe bem o que isso significa. Violeta e eu, salvos pelos céus,
estivemos no olho do furacão nos últimos três meses.
Um suplício quase sem fim para deixar nos trinques o quarto do bebê,
previsto para o início de outubro. A gravidez, graças ao Senhor de todas
as marés, vai muito bem e a relação com o garoto tem sido a maior
festa. Já os transtornos com a “micro-obra” foram de arredar do centro
qualquer monge-santo. Ninguém merece! Não imaginava a quantidade de
gente ruim de serviço na área da construção civil em Belo Horizonte e
região metropolitana. Pela mãe do guarda!
Foi um custo sobrenatural encontrar um pedreiro digno, decente,
responsável, que desse cabo na tormenta. Teve um, então, o primeiro,
indicado por amiga muito querida, que deveria se envergonhar de dizer
que é mestre de obra ou pedreiro. Aproveitando que o mercado está uma
beleza – não há bons profissionais disponíveis – o camarada, picareta
até na alma, assume um monte de compromisso ao mesmo tempo e trabalha no
seguinte esquema: cada dia deixa um cliente na mão. Fura um dia com um,
um dia com outro… e por aí vai. É sério. Pode?
Impressionante o caradurismo do elemento. Ainda é patrão o sujeito. Vai
em cidade qualquer do interior – onde o Bolsa-Família ainda não
instaurou a preguiça por completo – e traz pessoal para trabalhar.
Enrola aqui, enrola ali, e assim vai vivendo de abusar da confiança da
clientela. Pede dinheiro adiantado e pisa na bola com todo mundo – soube
de mais uns três nas mãos do pilantra. E, para piorar, só faz serviço
de porco – que me perdoe o animal. Tudo que ele fez na minha casa teve
que ser refeito. Violeta estava que não se aguentava de desgosto.
Depois desse sujeito, vieram mais uns três igualmente incompetentes e
enrolados. E tudo com salário de médico particular. Uma fortuna quer
ganhar essa patota ruim do senta o cimento. Resultado: um serviço
pequeno, coisa de duas semanas, levou três meses do desfaz e conserta
até o acabamento. O amigo leitor não tem noção, espero – porque se sabe
bem o que Violeta e eu passamos, certamente passou por pesadelo. Não
desejamos isso a ninguém. Vão dizer que não posso generalizar. E não
posso. Existem alguns bons profissionais, sei bem.
O pai da Sueli mesmo é um bom exemplo na Região de Venda Nova. Cumpre
todos os prazos e sabe trabalhar como ninguém. No Santa Terezinha, na
Pampulha, tivemos o Adão, o Pedro e o Milton. Sérios, honestos e muito
bons na colher de pedreiro. Passado. Verdade seja dita: está cada vez
mais difícil encontrar um bom profissional do ramo. Que o diga a boa
companheira de Aqui, Simone Castro. Recentemente, a amiga jornalista
também enfrentou maus bocados com gente ruim de serviço. Pronto,
Violeta. Baixou a poeira! Sobrevivemos!
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 29/8/12
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