Sete histórias de amor e morte, encenadas simultaneamente, compõem Vila dos mortos. Peça tem estrutura cinematográfica e conta com 25 atores no elenco. Abaixo, leia crítica escrita pela jornalista Janaina Cunha Melo, publicada no jornal Estado de Minas:
Nova proposta
Amanhã tem mais uma sessão de Vila dos mortos, no Teatro da PUC (Rua Sergipe, 790, Funcionários), às 20h. A montagem da Escola de Teatro da PUC/MG tem méritos que a tornam uma experiência curiosa para a plateia. Situação rara no teatro mineiro e nacional, o argumento leva para cena elementos do realismo fantástico, com ótimos resultados. A partir de seis histórias, que em algum momento se encontram, a trama revela as muitas maneiras como as pessoas se relacionam com seus mortos. A bem da verdade, trata das perdas. Algumas inesperadas, outras nem tanto. E da maneira como é possível lidar com elas, com mais ou menos habilidade.
O cenário é outro ponto importante da montagem. Bem resolvido e com inspiração em linguagem cinematográfica, ajuda na dramaturgia. Cada uma das histórias é apresentada de forma clara e favorece o entendimento do texto. Pela complexidade do que é proposto, facilmente a trama poderia se embaralhar, mas, com ajuda dos objetos e da estrutura da montagem, a narrativa ganha força em cada núcleo em movimento crescente, até encontrar nexo como espetáculo. Como experimentação, Vila dos mortos depende de pequenos ajustes e amadurecimento de atuação, mas merece destaque, sobretudo pela coragem de propor algo novo para o público e os próprios estudantes. Aventura corajosa, que pode render bons frutos para a companhia, com 25 integrantes. Eles demonstram que nem sempre o caminho mais curto, óbvio e fácil, é o melhor.
Janaina Cunha Melo
(EM Cultura - Jornal Estado de Minas - 2 de setembro de 2009)
Em cartaz: dias 2, 3 e 4 de dezembro, às 20h
Espaço Cultural Puc Minas - Rua Sergipe, 790 (Praça da Liberdade)
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