Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Palmas para o Uggie!


Tire um tempinho, amigo leitor, hora e meia apenas, e vá ao cinema ver O artista, principal vencedor do Oscar 2012. Impressionante! É de lavar a alma ver que motivações simples da vida ainda têm espaço no coração das pessoas. Poderia, aqui, falar páginas sobre o filme – mudo e em preto e branco – que me tocou sobremaneira. Mas o espaço é curto perto da vontade de compartilhar os sentimentos experimentados com a obra do diretor Michel Hazanavicius. Não foi à toa que os Estados Unidos se curvaram ao talento dos franceses com esse O artista. Não vou ficar viajando em resenha crítica das muitas qualidades técnicas do filme – roupagem de primeira, com roteiro, atuações, direção de arte e figurino impecáveis. Isso é coisa para os entendidos. Atrevo-me apenas a escrever sobre o bem que ele me fez.

Violeta e eu não abrimos mão de, ao menos uma vez por semana, ir ao cinema. No último sábado, lá fomos nós ver O artista. Foi de alimentar a alma ver o casal de atores Jean Dujardim e Bérénice Bejo, inspiradíssimos, encarnar carreira e futuro em clima de romance e gratidão. Embora francês, o filme é uma homenagem aos primórdios do cinema norte-americano. Conta a história de um ator de sucesso, George Valentim – interpretado por Dujardim –, e da aspirante a atriz Peppy Miller (Bérénice Bejo). Enquanto Valentim cai em desgraça com a chegada do som na indústria cinematográfica, Miller se torna estrela das granders produções de Hollywood. Daí, linha simples de argumento para uma série de situações dramáticas e cômicas muito bem resolvidas em imagem e ação, simplesmente. De quebra, ainda tem a atuação inesquecível de Uggie, o cão da raça Jack Russel Terrier, mascote de Valentim. O bichinho arrasa!

Quando deixamos a sala de cinema o assunto não poderia ser outro: O artista. Há valores na fita que merecem reflexão. Entre outros, orgulho, afeto e lealdade, além da dificuldade natural em lidar com o novo. Razão e força ao conteúdo do filme, pretexto para realização irretocável por parte dos franceses. O Artista, desde seu lançamento, vem colecionando estatuetas das principais academias e associações do mundo. Até o “Coleira de Ouro”, de melhor ator canino, Uggie levou. No domingo, cinco prêmios de melhor filme, direção, ator, figurino e trilha sonora. Os franceses fizeram a festa no Oscar 2012. Prêmios, para mim não dizem muito, mas tamanho reconhecimento e ineditismo não pode ser apenas lobby ou golpe de sorte. Nunca antes na principal premiação da sétima arte, em 84 edições, estrangeiros tinham feito tão bonito. O amigo leitor precisa conferir. Programão para levar a companhia amada. Por tanto, palmas para Hazanavicius e sua trupe. E viva o salva-vidas Uggie! O cão, por si, vale o ingresso.


Bandeira Dois - Josiel Botelho - 28/2/12

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