Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Super-herói às avessas
Foi o assunto de todas as rodas entre amigos da praça. Verdadeira loucura de amor a manchete de nosso Aqui, terça-feira. “Herói de mentira”, estampou a primeira página. Abaixo, o complemento: “Homem suspeito de armar assalto para salvar a ex-companheira e impressioná-la é preso com os supostos ladrões”. Muito bem editado o material, é preciso dizer. Sou fã da repórter Andréa Silva, quem assina a matéria. A moça manda bem na apuração e no ajuntamento das letras. Não é a primeira vez que uma reportagem da Andréa é o assunto do dia entre os companheiros de batente. Da vez que uma enfermeira colocou fogo no companheiro, a história contada pela Andréa virou até roteiro de curta-metragem. Um grupo de estudantes de cinema já está em fase de captação de recursos para rodar o drama.
Não vai demorar o herói de araque também virar roteiro para filme ou seriado de TV. A história é boa demais da conta. Pode até parecer engraçada, mas não tem graça nenhuma a dor do amor. Conversamos muito sobre isso. Sabe-se lá, culpado ou não, o que se passa no coração desse moço, motorista. Não cabe aqui, defender ou acusar ninguém. Ao que tudo indica, de acordo com os fatos, pelos depoimentos dos garotos assaltantes, que, segundo a polícia, primos, receberiam R$ 50 pela empreitada, o Wanderley Ferreira, de 42 anos, está em maus lençóis. Perdeu o amor da Camila Alves, de 21, e ainda foi em cana. É esperar para acompanhar os desdobramentos da ocorrência. Há muito de ruim nessa história toda, é verdade. Mas o agravante, o pior de tudo, é a violência do assalto. Os adolescentes, um de 15, o outro de 17 anos, armados com faca, ainda agrediram a moça com chutes e pescoções. Uma lástima.
Na praça, tomamos conhecimento de muitas loucuras por amor. Reunidos, lembramo-nos de vários casos sem agressão. Tive uma conhecida que criou um admirador que mandava flores e bilhetinhos com declarações para ela. Tudo para provocar o ciúme do marido, que ela pensava não gostar mais dela. Só que ela pagava a flora com o cartão de crédito e o companheiro acabou descobrindo tudo. Mas nem precisava, porque a letra dos tais bilhetes de amor, que ela até tentava disfarçar, não deixava dúvida de que era a dela. Isso durou uns três meses. Com a história do amante imaginário, minha conhecida conseguiu dar novo fôlego para a relação, porque o marido acabou entendendo que alguma coisa estava errada.
O caso do Adelson – na época, acompanhei a história – é ainda melhor: uma passageira pedia para ele ligar e sair com ela em horários e lugares combinados, só para fazer ciúme na companheira lésbica. O bobo do Adelson, achando aquilo tudo muito excitante, levou a farsa adiante por um tempo. Chegou até a sair com a moça, de fachada, só para parecer que estava mesmo pegando a sujeita. A dona do lado de lá, brava que nem o cão, soube e quase pegou o meu amigo de pancada, estacionado na porta do prédio dela, no Bairro Sion. Tem uns três anos e até hoje a turma cai de gozação em cima do Adelson. Por amor dizer o quê? Sem crime ou violência de nenhuma natureza, vale quase tudo. Também eu, cá, faço as minhas loucuras. Já passei fim de semana romântico com a Violeta em Tiradentes. Lá, deixei os olhos da cara.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 8/6/11
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