Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Não se pode confiar em mais ninguém
Cuidemos de nossas crianças, coluna publicada na semana passada, trouxe à Bandeira Dois leitor e escritor muito querido. José Cláudio, o Cacá, do blog Uai Mundo (http://uaimundo.blogspot.com) escreveu:
“Olá, Josiel. Suas abordagens são sempe uma aula de sensatez, de lucidez e perspicácia.Eu fico pensando o quanto a medicina (especialmente a psiquiatria e a psicologia) deveriam atuar mais intensamente sobre esses assuntos de ordem psico/sócio/moral. É uma doença que já está registrada há séculos, mas relegada ao mundo da criminalística, das páginas policiais apenas. E a gente sabe que isso só não extirpa o mal pela raiz. Como é um problema que afeta de forma mais intensa as nossas emoções (por causa das crianças), a tendência é um sentimento generalizado de vingança ou uma punição da mesma intensidade que o ato do criminoso. Mas acho que é preciso atacar as causas, senão nunca vamos parar de nos horrorizarmos com esta barbárie patológica. Abraços. Paz e bem”.
Caro Cacá, sua participação enriquece este quintal de reflexão e ideias. Nosso Aqui está sempre atento ao que vai além da notícia. Sinta-se em casa e volte sempre!
O assunto, bem prá lá de sério, rendeu também entre os companheiros da praça. De fato, há muita revolta entre os cidadãos de bem quando o assunto é o abuso e o desrespeito às nossas crianças. O tema só perdeu espaço para o episódio vivido pelo Ademir, colega de batente, no domingo. Foi próximo à rodoviária. O Adelson estava impossível de tanta graça que achou do acontecido. O pobre do Ademir, gente fina, caladão, trabalhador e evangélico, teve que dar explicações até à polícia. Vamos ao caso: seguia o amigo em corrida comum pela Avenida dos Andradas. No banco de trás, senhora muito distinta, elegante, de não mais que 60 anos. “Bonitona até”, ele disse. O Ademir percebeu que a mulher estava muito tensa, com expressão de medo, colada ao banco, desconfiadíssima. Pelo que entendi, o olhar dos dois ficaram cruzados pelo retrovisor numa estranheza sem igual. Aí, de repente, do nada, a senhora abriu o vidro e começou a gritar: “Socorro! Socorro!”. O Ademir, sem entender nada, quase teve um piripaque. Ele parou o carro e a dona saiu correndo.
Só mais tarde, com polícia e tudo que a coisa foi esclarecida. A mulher, vinda do interior, teve um ataque de pânico. Sem conhecer bem a cidade, não entendeu o caminho que o Ademir fazia e pensou que estava sendo sequestrada. Por isso, o pedido desesperado de socorro em plena Avenida dos Andradas. Não fosse tão boa praça, meu amigo poderia ter ficado ofendido. No entanto, levou numa boa e ainda ganhou a simpatia dos policiais. A senhora pediu desculpas e tudo ficou bem. A corrida seguiu até o Bairro Coração Eucarístico. Antes de se despedir, a mulher até fez confidência ao Ademir: “O senhor não leve a mal o vexame. É que meu ex-marido foi prefeito e meu irmão é deputado. Tomei tanto trauma com a política que, infelizmente, não confio em mais ninguém”. Foi o que ela disse. É o Brasil!
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 22/6/11
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Um comentário:
Obrigado pela referência, Josiel!
Esta história é mesmo muito engraçada. Será que a senhora não tomou desconfiança de tudo e de todos não seria por causa de seu ex-marido e irmão (políticos?) rsrs. Abração. Paz e bem.
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