Assustam-me os casos de crimes facilitados pela internet. A rede mundial de computadores vem transformando o planeta. Para os que sabem tirar proveito de suas facilidades, não há dúvida, é ferramenta de extraordinária importância. Por outro lado, ao povo do mal, da pior estirpe (e como tem gente assim globo afora), a web vem se fazendo assombrosa. São cada vez mais frequentes as notícias de pedofilia na internet. As tais redes sociais também são duramente criticadas por favorecer (e muito) a quebra da privacidade dos outros, assim como o surgimento de gente de mentira (os perfis chamados fakes). A verdade é que, de fato, isso tudo é assustador. Ainda mais terrível para pais separados que, como eu, precisam dar jeito de, na medida do possível, monitorar os filhos.
A morte da estudante de psicologia, de 37 anos, Janinha Pereira de Freitas, em Montes Claros, Norte de Minas, me tirou o sono nos últimos dias. Em resumo, pelo que soube, a moça conheceu um sujeito na internet e acabou sendo encontrada morta, semi-nua, com sinais de agressão. Ao que as evidências indicam, Janinha foi estrangulada. O principal suspeito é o tal elemento da internet. A delegada Carla Silveira está no comando das investigações e está empenhada em encontrar o assassino. Que Deus acolha a família de Janinha. Casos como o dessa moça entristecem qualquer cidadão de bem.
Ontem, durante o almoço, conversamos muito sobre os perigos da internet. A Sueli tem verdadeiro pavor desse negócio de namorar pelo computador. Tomei nota para dividir com o amigo leitor: “Esse negócio de ficar de namoro virtual é coisa besta demais. Bom é namorar junto, ir ao cinema, tomar uma cervejinha, encarar um forró, viajar. Não gosto dessa história de conhecer quem a gente nem sabe quem é pelo computador. Já tive Orkut (rede social) e cansei. Todo dia aparecia um monte de carinha querendo me adicionar. Gente que eu nunca vi, nem sabia como podia ter me encontrado. Não aceitava de jeito nenhum. Só aceitava na minha página quem eu conhecia. Não adianta nada a pessoa falar que tem mil amigos no Orkut, no Facebook (outra rede social), e não ter boa companhia. Sou à moda antiga. Gosto é de beijo, de abraço e de jogar conversa fora, assim, cara a cara”.
Nelsinho, recém-chegado ao grupo, vinte e poucos anos, cheio de opinião, também quis que eu tomasse nota de seu depoimento: “Quando a pessoa sabe usar não tem problema. É só tomar cuidado. Mas tem gente que abusa e escreve tudo no Twitter (espécie de mural de recados on-line) até que está sozinho em casa, pelado, no banheiro, com fome, com dor de barriga… Pra quê isso? Fica publicando fotos e mais fotos nada a ver. Tem gente que nem vive mais a vida real. Só fica na internet. Meu irmão mesmo é um exemplo. O tempo todo no computador. Aí, vira doença. Gosto, mas não abuso. Também não fico teclando com qualquer um. Só com quem conheço. Porque a gente nunca sabe se quem tá do lado de lá é inimigo”. É isso, Nelsinho.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 16/2/11
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