Aproveito o susto, no calor do medo e do assombro, para descer a caneta em nossa Bandeira Dois de hoje. Há cinco minutos, a seis ou sete quilômetros daqui, vi a “vó” pela greta, como dizem. Que loucura! Mas, vamos lá... Estou num restaurante requintado, à beira da estrada, em Luz, cidade mineira. Um suco de maracujá para aquietar a respiração. Pronto. Caderneta aberta na mesa, vamos ver se dou conta de escrever a coluna. Estou voltando de Uberlândia, Triângulo Mineiro. Estive a trabalho na terra da Ana e do Pedro.
O Adelson, que roda sempre por estas bandas, avisou-me sobre as obras na BR-262. Falou-me para tomar cuidado, especialmente com os caminhoneiros que andam tresnoitados para rodar mais e mais. “Josiel, fique muito atento porque a coisa tá feia. Tá faltando caminhoneiro no Brasil. Aí, tá cheio de maluco rodando a base de rebite.” Rebite é como os caminhoneiros chamam a droga que eles usam para enganar o sono. Uma anfetamina de uso descontrolado que tem acabado com a saúde de muita gente. O que sei é que na ida para Uberlândia, ontem, já pude perceber os perigos da minha viagem. Há muito tempo não via tanta irresponsabilidade numa mesma viagem.
Em vários trechos estrada afora, por causa das obras, o asfalto não tem faixa ou sinalização. Conhecendo bem o trajeto, muitos caminhoneiros irresponsáveis abusam da velocidade e das ultrapassagens perigosas. Vi cada coisa de fazer virar quem já morreu. Agora, perto daqui, por exemplo, um carreteiro desembestado por muito pouco não destruiu uma família. Pelo retrovisor eu já estava manjando o sujeito. Ele estava cortando Deus e o mundo de qualquer maneira. Ele devia estar fazendo uns 140km por hora quando me cortou. Logo na minha frente, no final de uma reta, resolveu cortar um ônibus. Foi um ato de irresponsabilidade inacreditável, já que naquele ponto não havia a menor visibilidade que desse condição para a ultrapassagem.
No sentido contrário, um Meriva com quatro pessoas. Na fração do segundo, o motorista do veículo, conseguiu deslocar o carro para um resto de acostamento, indo parar numa vala. Por um triz, por muito pouco mesmo, o carreteiro não pegou a família de frente. Com o impacto da manobra, uma das rodas dianteiras precisou ser trocada. Fiquei muito assustado. Parei para oferecer ajuda. O carreteiro desapareceu estrada afora. O Gilberto, motorista do Meriva estava indo para Araxá com a mulher e com os dois filhos adolescentes. Conversamos um pouco e ele disse que tem evitado pegar estrada por causa de gente irresponsável assim, como esse maluco da carreta.
Segui adiante e poucas curvas depois, foi comigo. Outro desembestado na contramão. Dessa vez, bem na minha direção. Foi por um cisco. Joguei o carro para a direita e agradeci muito a Deus pela oportunidade de continuar vivo. Decidi parar o carro no primeiro restaurante que encontrasse pelo caminho para escrever Bandeira Dois. Consegui: piedade, senhor caminhoneiro. Piedade.
O Adelson, que roda sempre por estas bandas, avisou-me sobre as obras na BR-262. Falou-me para tomar cuidado, especialmente com os caminhoneiros que andam tresnoitados para rodar mais e mais. “Josiel, fique muito atento porque a coisa tá feia. Tá faltando caminhoneiro no Brasil. Aí, tá cheio de maluco rodando a base de rebite.” Rebite é como os caminhoneiros chamam a droga que eles usam para enganar o sono. Uma anfetamina de uso descontrolado que tem acabado com a saúde de muita gente. O que sei é que na ida para Uberlândia, ontem, já pude perceber os perigos da minha viagem. Há muito tempo não via tanta irresponsabilidade numa mesma viagem.
Em vários trechos estrada afora, por causa das obras, o asfalto não tem faixa ou sinalização. Conhecendo bem o trajeto, muitos caminhoneiros irresponsáveis abusam da velocidade e das ultrapassagens perigosas. Vi cada coisa de fazer virar quem já morreu. Agora, perto daqui, por exemplo, um carreteiro desembestado por muito pouco não destruiu uma família. Pelo retrovisor eu já estava manjando o sujeito. Ele estava cortando Deus e o mundo de qualquer maneira. Ele devia estar fazendo uns 140km por hora quando me cortou. Logo na minha frente, no final de uma reta, resolveu cortar um ônibus. Foi um ato de irresponsabilidade inacreditável, já que naquele ponto não havia a menor visibilidade que desse condição para a ultrapassagem.
No sentido contrário, um Meriva com quatro pessoas. Na fração do segundo, o motorista do veículo, conseguiu deslocar o carro para um resto de acostamento, indo parar numa vala. Por um triz, por muito pouco mesmo, o carreteiro não pegou a família de frente. Com o impacto da manobra, uma das rodas dianteiras precisou ser trocada. Fiquei muito assustado. Parei para oferecer ajuda. O carreteiro desapareceu estrada afora. O Gilberto, motorista do Meriva estava indo para Araxá com a mulher e com os dois filhos adolescentes. Conversamos um pouco e ele disse que tem evitado pegar estrada por causa de gente irresponsável assim, como esse maluco da carreta.
Segui adiante e poucas curvas depois, foi comigo. Outro desembestado na contramão. Dessa vez, bem na minha direção. Foi por um cisco. Joguei o carro para a direita e agradeci muito a Deus pela oportunidade de continuar vivo. Decidi parar o carro no primeiro restaurante que encontrasse pelo caminho para escrever Bandeira Dois. Consegui: piedade, senhor caminhoneiro. Piedade.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 6/10/10
Um comentário:
Eu até pensei que fosse do acidente aqui em Neves (040) ontem. Um caminhoneiro saiu do posto pela contramão e matou uma pessoa na hora, que estava em uma D20. Mais umas 4 ou 5 ainda estão hospitalizadas em estado grave. Passei por lá pouco depois e foi uma cena arrepiante. Ainda há de aparecer um presidente que vai investir de volta nas ferrovias. Isso é o que falta, além de construir estradas decentes. um abraço. Paz e bem.
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