É. A água salgada é mesmo capaz de lavar as ideias. O tempo passa a galope quando estamos de chinelas. Viver é isso. Do contrário, é somar os dias à espera do fim. São 7h e o mar está especialmente lindo, iluminado pelo sol. Papel e caneta na mão, é hora de deixar escrever o coração. A imensidão do azul que embeleza Santa Mônica é a mesma que se vê em Marataízes (foto), a alguns quilômetros daqui. Marataízes. É pra lá que vamos no próximo verão. É hora de mudar com o vento e com as marés. O velho Botelho está certo.
Violeta, Gabriel e Tiago estão muito empolgados. Os garotos têm amigos de escola, lá em Vila Velha, que vão sempre para a “pérola capixaba”, terra do Luís, do Dr. João Lino e da Cidália. O pai vai cuidar da transação imobiliária. “Vou fazer isso com muito gosto, meu filho. Vou arranjar uma casinha linda pra vocês bem pertinho da minha. Pode escrever isso no Aqui”, disse, empolgadíssimo, ontem à noite, durante o carteado. Até o mês passado, sinceramente, trocar Guarapari por Marataízes não estava nos nossos planos. Mas viver bem é não ter medo do futuro. E saber que tudo pode acontecer quando não esperamos que algo aconteça.
Com essa história de vender e comprar imóvel, o assunto da última semana foi dinheiro. Ouvi de tudo, de muita gente. Há quem diga que não é hora de vender, porque os preços tendem a subir. Há quem afirme que não é hora de comprar porque os preços estão lá em cima. Quem entende? O que sei é que aprendi muito cedo com o velho Botelho que é melhor ser feliz do que ter dinheiro. Conheço gente aos montes que vive num sufoco danado, cheio de capital no banco e que só pensa em ter mais e mais. Nunca foi essa a nossa matemática. O pai e eu sempre procuramos ter apenas o suficiente para não faltar o essencial. No mais, vivemos de aprender a não confundir esse essencial. Herança de valor são bons modos e educação.
Bom negócio tem que ser bom para as duas partes. Se alguém está levando vantagem, algo está errado. Não sou economista, administrador, homem de números. Sou moço simples das letras e do afeto. Basta-me saúde para amar e trabalhar. “Quem ama vive, quem vive trabalha e quem trabalha tem pão”, escreveu um tal Van Gogh. Quando li isso quase enlouqueci como o pintor holandês. Sou o acumulado de pensamentos de gente assim. Vocação para a poesia, para a fé incondicional de que o homem é essencialmente bom. O que o faz se desviar do bom caminho é não ouvir o que diz o coração. E, certamente, caro leitor, poder e dinheiro costumam bloquear as vias do peito que nos levam à ação.
Grana não traz bem maior. Felicidade é atitude. É porta que se abre por dentro. Fora o inevitável, a fatalidade das circunstâncias, ficar bem é prerrogativa da vontade. O que não se dá jeito é a morte. Finda a página, um título… “O homem é bom”. Pode ser.
P.S. Amigos de Belo Horizonte, na próxima semana estou de volta. Tomem nota: nem esse trânsito horroroso daí vai me roubar a paz. Ah, o peixe já foi encomendado, moçada! O mar me chama. Fui.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 4/8/10
Violeta, Gabriel e Tiago estão muito empolgados. Os garotos têm amigos de escola, lá em Vila Velha, que vão sempre para a “pérola capixaba”, terra do Luís, do Dr. João Lino e da Cidália. O pai vai cuidar da transação imobiliária. “Vou fazer isso com muito gosto, meu filho. Vou arranjar uma casinha linda pra vocês bem pertinho da minha. Pode escrever isso no Aqui”, disse, empolgadíssimo, ontem à noite, durante o carteado. Até o mês passado, sinceramente, trocar Guarapari por Marataízes não estava nos nossos planos. Mas viver bem é não ter medo do futuro. E saber que tudo pode acontecer quando não esperamos que algo aconteça.
Com essa história de vender e comprar imóvel, o assunto da última semana foi dinheiro. Ouvi de tudo, de muita gente. Há quem diga que não é hora de vender, porque os preços tendem a subir. Há quem afirme que não é hora de comprar porque os preços estão lá em cima. Quem entende? O que sei é que aprendi muito cedo com o velho Botelho que é melhor ser feliz do que ter dinheiro. Conheço gente aos montes que vive num sufoco danado, cheio de capital no banco e que só pensa em ter mais e mais. Nunca foi essa a nossa matemática. O pai e eu sempre procuramos ter apenas o suficiente para não faltar o essencial. No mais, vivemos de aprender a não confundir esse essencial. Herança de valor são bons modos e educação.
Bom negócio tem que ser bom para as duas partes. Se alguém está levando vantagem, algo está errado. Não sou economista, administrador, homem de números. Sou moço simples das letras e do afeto. Basta-me saúde para amar e trabalhar. “Quem ama vive, quem vive trabalha e quem trabalha tem pão”, escreveu um tal Van Gogh. Quando li isso quase enlouqueci como o pintor holandês. Sou o acumulado de pensamentos de gente assim. Vocação para a poesia, para a fé incondicional de que o homem é essencialmente bom. O que o faz se desviar do bom caminho é não ouvir o que diz o coração. E, certamente, caro leitor, poder e dinheiro costumam bloquear as vias do peito que nos levam à ação.
Grana não traz bem maior. Felicidade é atitude. É porta que se abre por dentro. Fora o inevitável, a fatalidade das circunstâncias, ficar bem é prerrogativa da vontade. O que não se dá jeito é a morte. Finda a página, um título… “O homem é bom”. Pode ser.
P.S. Amigos de Belo Horizonte, na próxima semana estou de volta. Tomem nota: nem esse trânsito horroroso daí vai me roubar a paz. Ah, o peixe já foi encomendado, moçada! O mar me chama. Fui.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 4/8/10
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