Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sobre os jardins e as borboletas

"Se uma porta está fechada, outra pode estar para ser aberta. E se outra e mais outra não se abrem, colocamos abaixo uma parede"






Ainda à beira-mar, uma reflexão: amigo leitor, preste atenção porque funciona: dedique ao menos cinco minutos do seu dia à sua presença. Feche os olhos e respire profundamente (pode ser antes de dormir). Reúna todos os seus eus (e são muitos, acredite). É verdade que deixamos muitos deles perdidos por aí, nas esquinas dobradas do passado. Nos relacionamentos frustrados, nos dissabores profissionais ou nas pendengas do cotidiano. Chegou a hora de entender que o universo está dentro de você.


O segredo do bem, tenho para mim, é acreditar sempre. Independentemente de religião ou condição social. Em quase quatro décadas de muitos desacertos, ainda assim posso dizer com convicção: "Eu acredito!". "Em quê?", perguntam-me. É simples: acredito no poder de luta que há em nós. O homem é, pela própria natureza, um lutador. Um bravo sobrevivente de tempos dos mais difíceis. Sabemos todos que é fácil fraquejar e entregar os pontos. Conhecemos também os efeitos da fraqueza: o derrotismo que embota e estagna. Que nos emperra e não nos deixa sair do lugar.


Comigo e com você não pode ser assim, meu caro leitor. Só a morte para nos travar a ação. Melhor ser abatido no ar, em pleno combate, do que dormindo, na preguiça. As injustiças, os desrespeitos, as necessidades, as fatalidades estão aí, aos montes, sabemos todos. O verdadeiro guerreiro, o imbatível, faz disso força e coragem para seguir adiante. Não adianta fugir dos problemas. Muitos deles nos perseguem até o fim. Portanto, amigo lutador, façamos da letargia (ou da falta de oportunidades) saco de areia. Se uma porta está fechada, outra pode estar para ser aberta. E se outra e mais outra não se abrem, colocamos abaixo uma parede.


E para isso precisamos do alinhamento de todos os nossos eus. Juntos, somos mais fortes. Porque a força maior que mantém o universo, contém também a nossa presença. Cabe a cada um de nós discernimento para as escolhas. Vivemos a soma das decisões que tomamos no passado. Fugir é fácil. São muitas as fugas. Transferimos deveres e responsabilidades. O vício e a ignorância são rotas fáceis, escancaradas, que nos convidam a todo instante. Queremos o que está do outro lado da muralha, aparentemente inacessível. Não nos assombram os obstáculos. Assustam-nos a falta de iniciativa, a covardia e a preguiça.


Cinco minutos por dia. Não mais que isso. Pausa breve para nos livrar do lixo que há em nós. Tempo para cuidar do jardim e alimentar as borboletas.



(Bandeira Dois - Josiel Botelho - 5 de agosto de 2009)

Um comentário:

Ahgente disse...

Adorei!!!
Muitas portas estão se abrindo...estou feliz.
Belo texto!!!