
Não gosto do ritmo lento, arrastado e da musiquinha triste ao longo da fita. Parece que é forçar a barra em busca de emoção. Também tem algumas interpretações de doer. No entanto, amigo leitor, a mensagem que fica é de respeito e de valorização da vida. O recado está lá. Independentemente do credo de cada um – espírita, católico ou protestante, não importa. O que importa é que viver é bem precioso, destacado com inteligência nesse As mães de Chico Xavier. Natural que ao kardecista, conhecedor do tema e da filosofia, o filme toque mais profundamente. Também ao cidadão antenado com os assuntos da paz e do amor, sem dúvida, é de fazer pensar e repensar caminhos.
Violeta, Karla e eu, domingo, passamos toda a tarde debatendo religião. O assunto rendeu porque a Karla, sobrinha da Violeta, é moça letrada que gosta do tema. Conhece bem a Igreja Católica, assim como os evangélicos e a doutrina espírita. Violeta e eu falamos, mas, na presença da Karla, fomos levados a ouvir muito mais. Até tomei nota de trecho e pedi permissão para reproduzi-lo, aqui, em nosso quintal:
“Tem muita gente que confunde religião com negócio. O fiel vira cliente. Conheço protestantes e católicos cegos, que aceitam informação que vem pronta, sem debate ou discussão. Culpa, pecado… bobagem. Isso tudo é invenção do homem. Confessar, dar dinheiro, campanha disso, campanha daquilo, coleta aqui, ali… na maioria das vezes é negócio. Para mim, o homem precisa muito mais de inteligência, de conhecimento, do que de igreja. E isso não tem nada a ver com fé. Não podemos perder a fé, mas não podemos deixar que ninguém faça disso moeda de troca. Solidariedade, compaixão, isso é outra coisa. Conheço muita gente que vive para ajudar os outros e não exige absolutamente nada em troca. Vive de fazer o bem pelo bem, apenas”.
Violeta completou: “As igrejas, de maneira geral, abusam porque sabem que, em meio às dificuldades provocadas por problemas sociais graves, como miséria e violência, têm papel importante para o indivíduo. Afinal, como o Josiel sempre diz, ‘mais vale um fanático com a Bíblia na mão do que um viciado com um cachimbo de crack na boca’”. E a conversa rendeu. Até que voltamos ao filme e concluímos que em As mães de Chico Xavier, mensagem de amor é o que fica.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 6/4/11
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