A notícia quem soprou foi o Osmar, conhecido de gente próxima da
vítima. Apuramos o assunto para dividir aqui com o amigo leitor. O fato,
ocorrido lá nos anos 1990, chamou a atenção da turma. A madrugada de 7
de julho de 1995 era de comemoração no Buffet Catherine, na Avenida Raja
Gabaglia. Baile de formatura de jovens universitários de conceituada
instituição particular. Entre os convidados, dois sujeitos de 19 e 22
anos, com destinos cruzados: um, marcado no rosto por corte de 6
centímetros feito à taça de vidro.
O outro, autor da agressão, com pendenga nas costas e duas condenações –
penal e cível. Depois de cumprir dois anos e três meses, em regime
aberto, nos anos 2000, o réu recebe nova sentença por danos morais,
estéticos e materiais. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por
meio da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte, condenou o estudante a pagar
indenização de R$ 25 mil para a vítima, hoje, odontólogo, com 36 anos.
Desde a fatídica madrugada de julho, são 17 anos de tramites processuais
e, naturalmente, muito dissabor. Segundo testemunhas, por volta das 5h
do dia 7 de julho, o agressor começou a importunar duas moças, primas da
vítima, que pediu para que ele não agisse daquela maneira. Há relatos
na ação de que o réu, inconveniente, chegou a segurar uma delas pela
cintura. Chamado a atenção pela segunda vez, o estudante partiu para
cima da vítima golpeando-a com uma taça de vidro no rosto, causando um
corte da altura dos olhos até próximo a boca.
O TJMG estabeleceu o valor de R$ 15 mil por danos morais e R$ 10 mil
pelo dano estético, representado pela cicatriz. Ficou definido também
que os gastos comprovados no processo deverão ser ressarcidos ao
dentista, depois de apurada a atualização de todos os custos.
Para os companheiros de praça, certamente, o ocorrido é motivo de
intranquilidade para ambas as partes – envolvidas no desentendimento
quando jovens e imaturos. Para a Sueli: “Um marcado no rosto, o outro na
alma”. É a história que o velho Botelho repete sempre: “Um minuto sem
pensar, o resto da vida para pagar”.
Bandeira Dois - Josiel Botelho
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