Rodo diariamente noite adentro e pela manhã recolho a carcaça porque ninguém é de ferro. Ontem, foi difícil pegar no sono com o sorriso da dona Marisa Santana Chaves de Araújo, de 48 anos, assassina confessa de Guilhermino Aparecido da Costa, de 58, estampado nas manchetes dos jornais. Depois de esquadrinhar o noticiário não dei conta de dormir. Foi osso. Fiquei com a imagem da mulher, algemada, sorrindo ao lado do filho, cúmplice no assassinato do sargento reformado da PM, nas ideias. Cena, entre outras, que me assombra em tempos de tão pouco valor à vida. Entristeceu-me, especialmente, a participação do filho de 28 anos no crime. Família é bem maior, de honra, que precisa ser exemplo. Certa vez, li que só por meio da boa família vamos dar conta de combater a violência. Agora essa: mãe e filho em cana por assassinato horroroso. Golpes de barra de ferro e corpo incendiado. E a assassina ri. Mata-se assim hoje em dia: rindo. Não dá para dormir.
Pai de família, estou muito assustado também com a tentativa de assassinato contra a estudante de medicina Maria Luiza Costa, de 21 anos, na noite de sábado, no Bairro Salgado Filho. Que Belo Horizonte é essa, amigo leitor? Se o pai da moça, Aílton Antônio Pinto, não estivesse com a filha, talvez tivesse sido ainda pior. Graças a Deus ela está fora de perigo, assim como o pai que, em luta com o criminoso, também foi agredido. Agora vejam só: o agressor, um colega estudante de medicina, motivado por ciúmes. Nem namorado da moça o sujeito era. É o fim dos tempos. Só mesmo muita fé e oração para pedir proteção aos que amamos. Difícil saber exatamente quem são as companhias de nossos filhos. A gente faz de tudo para proteger, para estar perto, aí, na universidade, aparece pelo caminho um mau elemento disposto a matar. Valei-me pai, criador do céu e da terra. Juízo para esse povo perdido.
Não bastasse os dois casos acima, ainda agora, pelo celular, fico sabendo de um assassinato seguido de suicídio, no Bairro Palmital, Em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Parece que um homem de 34 anos, descontente com fim da relação, deu dois tiros na ex-namorada de 18 anos e depois se matou. Agora, depois de mais essa barbaridade, é que o sono não vai chegar mesmo. Haja filosofia budista, "mente positiva, metas definidas e alta motivação" para não perder o equilibrio e manter a respiração sob controle. Vendo tudo isso, tanta notícia ruim, a saudade dos filhos aperta, a garganta embarga, a boca fica seca e o coração fica aos pulos. Melhor ligar para o Espírito Santo, lá para Vila Velha, e procurar saber como vão os garotos.
Como certamente diria o velho Botelho, amigo, pai e protetor, o negócio é não perder a esperança de dias melhores e pedir muita paz e muita luz ao coração daqueles montes perdidos que vagam sorrindo por aí. Amém!
Bandeira dois - Josiel Botelho - 23/3/11
2 comentários:
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Bom dia, Josiel. Sabe que além de ficar assustado com isso tudo eu fico bestializado é com a crueldade que tem acompanhado esses crimes atualmente? Parece que as pessoas estão num nível patológico tão elevado que não basta matar, tem que mostrar requintes de crueldade. Selvageria patológica, este é o termo que mais aproxima do que quero dizer. Muita paz e muito bem pra você. Abraços.
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