Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

domingo, 10 de junho de 2012

O caminho da roça



Texto: Jefferson da Fonseca Coutinho
Fotos: Euler Júnior

Longe das carretas que matam, da poluição, dos gargalos sem solução e da verticalização que afasta o homem da terra, em paz, brota a vida no campo. Na contramão do progresso e das tecnologias de última geração, do mundo de concreto armado, há caipiras na lida e no sossego da roça a uma hora do caos da metrópole de nome belo no espaço que a vista abrange. Durante quatro dias, foram percorridos 530 quilômetros no entorno da Região Metropolitana de Belo Horizonte, de prosa com a boa gente que amanhece com os galos e dorme com a criação. Por trilhas de terra vermelha, o Estado de Minas encontrou povoados de entardecer de modo diferente, onde, como escreveu o itabirano Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), “a sombra vem nos cascos, no mugido da vaca separada da cria”.

Na zona rural de Sabará, Brumadinho, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Florestal e Santa Luzia, ainda se honra o fio do bigode, brinca-se de roda e cumprimenta-se o vizinho. As compras são pagas no dinheiro e o crédito é o da caderneta. Em diversos trechos não há sinal de operadora telefônica. Nada de iPhones, redes sociais ou amigos virtuais. Steve Jobs? Mark Zuckerberg? Quase ninguém sabe quem são. As crianças, criadas soltas, batem bola descalças e pedalam nas ruas e nos campinhos de terra. Na roça, interior do interior, “craque” conhecido é o jogador habilidoso. O outro, o crack – grande mal que consome –, é notícia ruim vinda das antenas. Dos 12 lugarejos visitados, em apenas um, em Lagoa Santa, o EM encontrou ocorrência com a droga. “Aqui é um lugar muito sossegado. Todo o mal daqui, roubo e droga, veio da cidade”, afirma um conhecido do usuário em tratamento.

Leia a reportagem em:
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/06/10/interna_gerais,299192/a-pouco-mais-de-uma-hora-do-centro-de-bh-povoados-rurais-privilegiam-a-tranquilidade.shtml 
































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