Quem vive no batidão do volante está sempre pra lá e pra cá na imensidão da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dias atrás tive o privilégio de conhecer melhor Itaúna (foto). Fiquei bastante encantado com a cidade. Povo do bem, gente bonita e descolada. O Adelson, amigão de tempos e velho conhecido do leitor de Bandeira dois, já havia me falado muito bem da terra. Teve um grande amor na cidade nos anos 2000 e não passava semana sem marcar presença na região. Conheci a moça: Helena. Linda, muito estudiosa, de família tradicional e bastante querida na área da educação. Infelizmente, o romance não foi pra frente. Toda a turma jurava que era pra casamento. Mas, sei bem, a amizade ficou e o Adelson e só elogios à moça, hoje, “amiga, apenas”, ele diz. O que sei é que ele treme nas bases toda vez que ouve o nome dela.
Outro que é só elogios ao município de Itaúna é o Osvaldo. Antes do táxi, ele trabalhou na cidade como representante comercial. “É Josiel… Itaúna deixou saudades. Fiz amigos que até hoje guardo com carinho. Umas duas vezes por ano a gente se encontra no sítio do Júlio. É sempre uma alegria”, diz. A Sueli também tem história para aquelas bandas. Contou-me que morou na casa de uma tia, quando veio de São Paulo, ainda menina. Disse que a tia e o marido, comerciantes, foram fundamentais para a restruturação da família dela. “Tempos difíceis aqueles. A gente deixou Ribeirão com a roupa do corpo, quando a minha mãe foi largada pelo meu pai. Em Itaúna, com a ajuda da tia Maria a gente começou tudo de novo”.
Não pude deixar de pensar nos companheiros Adelson, Osvaldo e Sulei durante os três dias em que estive na cidade, na companhia da família. Lá, conhecemos a “arapuca do Irajá”, um estabelecimento na Avenida Jove Soares, muito bem localizado na “prainha”, com o melhor churrasco que já provamos em Minas Gerais. O Irajá e a mulher são chefs que não ficam atrás de nenhum campeão do famoso Comida di Buteco. Aliás, fica a dica para os organizadores do festival: conheçam o showrrasco, pessoal. Não sou de ficar fazendo propaganda, mas o Irajá, que já foi gráfico e músico, merece o nosso respeito. O moço é especialista no ramo. São 40 anos no comércio, 12 só na prainha.
O segredo? “Fazer o que gosta e no melhor procedimento. A pessoa tem que saber esquentar o umbigo no fogão”, disse, enquanto preparava a melhor carne para a nossa mesa. “Vou colocar mais uma brasinha aqui, porque o calor não pode baixar não”. E, mesmo bom de prosa, não perde o foco no atendimento: “O vinagrete é só com tomate verde. Porque a gente conhece até como o tempero deve entrar no prato”. Cinco mesas bem servidas na calçada, no cair da noite de sábado. Na placa de churrascos especiais, o aviso do funcionamento até as 23h. Um local de família, administrado por casal companheiro, exemplar. Deu gosto conhecer o endereço. Fica a dica para quem passar por Itaúna: a arapuca do Irajá.
Bandeira Dois - Josiel Botelho - 6/6/12
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