Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A praga do ciúme


Mais um crime motivado por suposta traição para perturbar o cidadão de bem. Foram sete disparos contra a mulher. Bastava uma bala. Mas, tamanha a fúria do marido traído, foram sete. O assassinato e a entrega do criminoso, trabalhador, sem maus antecedentes, foram destaque no noticiário policial. Amigos e conhecidos da praça comentam com tristeza mais essa trágica história de violência. É sempre um horror quando o amor se faz doença. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém. Todos sabemos disso. Ainda assim, com triste frequência, a gente fica sabendo de tragédias assim. Homens e mulheres estragando suas vidas em ações bestas, criminosas, por absoluta falta de juízo. Na maioria dos casos, estupidez do macho, ferido na alma, para lavar a “honra”. Francamente. Só a loucura para explicar.

Quem não já sofreu por amor? É duro ser substituído no coração de quem quer que seja. As decepções amorosas são mesmo de lascar. É fato. Posso falar de carteirinha porque também trago no peito carcaça cheia de remendos. Hoje, mais feliz do que nunca, ao lado da melhor companheira do planeta. Mas, até chegar aqui, amigo leitor, não foi nada fácil. O que posso afirmar, com a certeza de quarentão escaldado, que, desde sempre, vive intensamente a chama das paixões, é que há sempre alguém pela frente bem melhor do que aquele que ficou para trás. Tenho inúmeras razões para pensar assim: foi trocado? Não olhe para trás. O remédio está adiante. Poderia citar aqui casos e mais casos de desfechos felizes para as separações mais doídas. Em família e entre amigos.

O ciúme é uma praga que cega e só induz à besteira. O importante é acreditar no amor que constrói, que realiza. Não há segredo nem fórmula. Para mim, o caminho é ter autoconfiança e amor próprio em qualquer relação. Não dá para se perder na vida do outro, acreditando que assim você vai ter garantia de alguma coisa. Não há garantia. Nunca há. O amor é um salto no abismo à espera de alguém para lhe segurar lá embaixo. Só que esse alguém só pode ser você mesmo. Não faz sentido transferir para o outro as responsabilidades que envolvem os saltos do nosso coração. Até, vez por outra, costuma aparecer pessoa boa afim de nos auxiliar nisso. Contudo, a experiência mostra que é melhor não contar muito com isso.

O melhor é acreditar nas manobras dos céus. Existem ditos populares aos montes que indicam esse pensamento: “Há males que vêm para bem” ou “Deus escreve certo por linhas tortas”, para citar apenas dois. Se há um sujeito ou uma sujeita fazendo você de gato e sapato, traindo a sua confiança, amigo leitor, não titubeie: siga em frente. Mas de mãos limpas, porque a violência é coisa besta, efeito de ignorância. Quem fere o outro, bem no fundo, acaba por destruir a si mesmo. O amor, tenho certeza, não é nada disso que se vê nas manchetes de polícia.

Bandeira Dois - Josiel Botelho - 20/7/11

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