Jefferson da Fonseca - Mostra Tua Cara

quarta-feira, 20 de março de 2013

"A busca" é filme que merece atenção



O amigo leitor, sempre presente neste quintal, sabe bem da minha paixão pelo cinema. É um envolvimento quase visceral, vindo dos tempos de menino – lá nos idos de 1970 –, quando, o período de férias, além de bons passeios, também significava diversão e emoção no Cine Brasil.

Impossível esquecer, na Praça Sete, as boas histórias de Os Trapalhões. Era uma farra. Entre todas as paixões ensinadas pelo velho Botelho, o cinema, certamente, está entre as maiores. Depois de Didi Mocó e companhia, descobri e dei boas gargalhadas com a boa gente mais antiga: Chaplin, Mazaroppi, Oscarito e Grande Otelo.

Dito isso, vez por outra, não posso deixar de dividir com o amigo de Bandeira Dois, alguns dos bons momentos que as salas de cinema me proporcionam. Neste fim de semana, A busca, produção da O2 Filmes, com Wagner Moura, Mariana Lima e participação especial de Lima Duarte, foi daquelas gratas surpresas do cinema nacional.

Ainda que com alguma deficiência técnica no que diz respeito ao áudio – impressionante como os filmes brasileiros não dão jeito de vez no assunto –, o filme toca pelo bom roteiro, direção e interpretação do protagonista. Wagner Moura dispensa comentários. É, certamente, um dos melhores intérpretes de sua geração.

E não digo isso apenas pelo seu trabalho já consagrado na TV e no cinema. Tive o privilégio de vê-lo no teatro há mais de 10 anos em “A máquina”, de João Falcão, e o sujeito, ao vivo, é ainda muito melhor ator. Sabe mandar muito bem um texto e valoriza cada pausa, cada silêncio, das verdades da cena.

Em “A busca”, no papel de um pai desesperado no rastro do filho adolescente, que foge de casa, Wagner Moura vale o programa. O drama fala de descobertas, dos conflitos tão comuns das famílias contemporâneas, cada vez mais abafadas pelas urgências vazias.

Trata-se de uma história de ausências. Do pouco tempo para os valores mais sagrados das relações entre os que se amam. Em resumo, o sujeito, pai, perdido, sai em busca do filho e acaba por encontrar a si mesmo, além de encarar relação mal resolvida com o pai, muito bem interpretado pelo veterano Lima Duarte.

Para pais ou filhos, “A busca” é daqueles filmes que merecem atenção.

Bandeira Dois - Josiel Botelho

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