O texto da semana passada rendeu. E quando o assunto rende, em
respeito ao amigo leitor, que participa e comparece, a gente o traz de
volta. Teve e-mail, telefonema e mensagem no celular. Visita também. O
Osmar, que há tempos não aparecia, teve lá em casa. Já chegou dizendo:
“Cara, será que a pastora que trabalhava na casa do Euclides não é a
dona Jabulani, não!?”. “Jabulani” é como o Osmar se refere a mãe da
ex-mulher. Assim como a “pastora”, personagem da coluna passada, a
ex-sogra do Osmar via o “coisa ruim” em todos os lugares e tanto fez e
disse que acabou por infernizar a vida da filha.
Do Barreiro também teve manifestação. Leonardo M. Santos escreveu:
“Josiel, leio sempre o Aqui e toda quarta-feira gosto de ler Bandeira
dois, porque você escreve muita coisa que parece que aconteceu comigo,
na minha casa. A história do Euclides, professor, que você contou na
semana passada, aconteceu comigo um pouquinho diferente. Lá em casa, não
foi com a empregada porque eu nem tenho empregada. Foi pior porque foi
com minha mulher que entrou para uma igreja dessa, evangélica e doente, e
a nossa vida ficou de cabeça para baixo. Tudo era coisa do diabo e nada
era de Deus. Eu disse pra ela: ‘Você fala mais no capeta do que em
Deus. Que diacho de crente é isso?’. Infelizmente, é isso mesmo que você
escreveu. Fé errada é doença”.
“Engraçado, Josiel. A mulher da coluna da semana passada falou que a
pneumonia do Euclides era coisa do diabo. Por que ela, evangélica, não
disse que a melhora dele foi obra de Deus?”, escreveu a Marta,
universitária, filha do Irani. Chico, André, Neuzinha, Thaís, Pablo,
Inês, Valdir, Moacir, Túlio, Elias, Sueli, Sarah e Roberta ajudaram a
render o tema da fé. No domingo, entre amigos, Deus, nossa força maior
que rege o universo, como sempre, foi conversa boa. Sabemos todos que o
mal, o negativo, existe. Mas para quê destacá-lo?
Para tudo o que é ruim, há em contra ponto o que é bom. Equilibrio. São
dois pontos de vista para tudo na vida, creio. São dois os tipos de
sujeitos que observo pelo caminho: há aquele, otimista, que se apega ao
que é de Deus. E aquele, pessimista, que faz questão de enxergar apenas o
lado ruim do que está ao seu redor. É mais fácil, pelo que compreendo,
entregar-se à derrota. Achar que tudo é doença, miséria e fome que mata.
Difícil, no entanto bem simples, é ver que a vida é bem maior da
natureza. Que há alguém bem perto de você, certamente, em situação muito
mais complicada que a sua. Conheço gente aos montes que só sabe é
reclamar da vida. Que perde um tempo precioso desejando apenas o que o
outro tem. Gente incapaz de olhar para o lado e ver a alegria das
crianças e agradecer pelos céus de todos os dias. Tem gente que é capaz
de passar toda a vida procurando por Deus. E, assim, esquece-se de que
Deus é a própria vida.
Bandeira Dois - Josiel Botelho
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